Entrevistadoras: Eleonora Alencar de Souza Franco, Lídia Alves Lopes Vilela e Tainã Xavier do N. Lima.
Data: 26 e 27 de maio de 2008
Local: Residência de Cleo Xavier.
Entrevistadoras: Cleo, quando e onde você nasceu?
Cleo Xavier: Nasci em Palmeiras, no dia dezenove de junho de 1966.
Entrevistadoras: Qual a sua filiação?
Cleo Xavier: Sou filha de Antônia Luzia do Nascimento e Clemente Francisco Xavier.
Entrevistadoras: Faça um breve relato sobre quem é a pessoa Cleo Xavier:
Cleo Xavier: Sou uma eterna apaixonada pela vida. Amo tudo que tenho e até o que não tenho. Porém, há detalhes nessa vida que não gosto, mas procuro entender, aceitar ou esquecer, se for o caso do que ficar quebrando a cabeça, consumindo meus neurônios... Preciso usar minha energia em coisas positivas. E por falar em coisas boas e prazerosas... AH! Amo escrever se ainda não fosse inventado a escrita - eu a inventaria. Oh, doce arte de por pra fora o que se sente e pensa: Não vivo sem escrever. Tinta e papel para mim e mais que um prato de comida, uma tarde de domingo de sol e mais que um livro! Tenho muitos amigos, mas poucos confidentes. Tenho uma grande dificuldade em falar de mim mesma. Porém, sou muito transparente. Exponho em atos e papel, as minhas mais profundas intimidades, as minhas teses, desabafos e emoções. Falar de Cleo como poeta e pessoa é simples e ao mesmo tempo tão complexo... Pois ela é infinitamente maior do que eu tento descrevê-la: não cabe num livro - mas pode ser parte de uma monografia e ser resumida numa única palavra: POESIA!
Entrevistadoras: Que lembranças vêm à memória com a palavra “infância”?
Cleo Xavier: Quando eu era criança ficava horas observando as formiguinhas na sua lida. E sentia dó, ao vê-las carregar folhinhas para sua casa. Observava o caminho que elas percorriam até o buraco, pegava a folhinha e levava para elas querendo com isso que elas me seguissem aliviadas da carga... Qual nada! Sabe o que acontecia? Elas voltavam, pegavam mais folhas... Eu ficava indignada! E na esperança de ajudá-las, eu pegava um monte de folhas, farinha, açúcar..., etc. colocava ao lado do buraco, e mesmo assim elas c.o.n.t.i.n.u.a.v.a.m a correr atrás de alimentos!Outra coisa interessante, que não me sai da lembrança é quando eu ficava comovida, em ver uma plantinha quebrada! Sabe o que eu fazia? Pegava cola de quiabento ou seiva de velaminho, passava nas partes quebradas, enrolava um paninho unindo-as, como se fosse um curativo... Protegia-a com garranchos, sara fazer sombra, molhava-a e falava: “você vai ficar boa”! Aí eu ia visitá-la todos os dias, papa molhar e conversar. Quando eu era pequena, ás vezes pensava como gente grande. Sonhava em crescer logo, porque a idéia de ser grande era, para mim, idéia de poder tudo! Hoje que eu sou grande, às vezes me pego voltando à minha “pequenice”, para refletir e resgatar sentimentos. Somos grandes, em todo tempo e toda grandeza se encerra no que pensamos, no que sentimos, no que vivemos! Pensamento é reflexão, sentimento é ação, viver é arte!Desde muito pequena, ouvia minha mãe dizer que ia morrer em breve, que não ia durar muito... e eu ia pros cantinhos chorar, escondido, com um imenso medo de morte, já sentindo a dor da partida!Lembro-me, que eu ajoelhava e pedia a Deus, que não deixasse isso acontecer... e esse ato se repetiu tantas vezes que nem me lembro, quantas? Um dia o pai, ouviu a minha prece: Sonhar ouvindo a sua voz, como trovão... E tudo que ele falava era escrito no céu com letras de ouro: Não temas! Eis que sua mãe “viverá, e conhecerá os seus netos”. O medo, a dor se foi... Mesmo quando ela repetia as mesmas frases, isso não me incomodava mais, porque eu já tinha a promessa.
Entrevistadoras: Como foi sua vida escolar?
Cleo Xavier: Desde os 04 anos de idade eu já tinha um desejo enorme de estudar. Nessa época meus irmãos - mais velhos que eu - Maria Marlene e Antônio, já estavam na escola. Lembro-me que eu chorava para ir com eles para a escola. Então, minha mãe pediu ao professor José Soares de Queiroz, para me deixar freqüentar sem compromisso, já que eu não tinha idade escolar, visto que naquela época só se matriculava na escola a partir de sete anos. Com a permissão dele, comecei a freqüentar a escola todos os dias. Nisso, tomei gosto e no final do ano já estava alfabetizada. Depois, nas séries posteriores, eu sempre me destacava nas atividades de produção de texto: redação, criação de trovas, poemas... Toda vez que era elogiada pelos professores por essas atividades, os colegas me chamavam de poetinha: “ê, ê, ê poetinha! Alguns diziam até que não acreditavam que o trabalho fosse meu, que eu devia ter copiado de algum livro. Isso me deixava aborrecida. Às vezes até me testavam. Pediam para que eu fizesse algo com outro tema ali na hora. O mesmo acontecia com os desenhos que eu fazia. Gostava muito desenhar e eram lindos meus desenhos.
Entrevistadoras: E no campo profissional, como foram suas experiências?
Cleo Xavier: Os cargos e encargos que tive, foram tantos que só não me esqueço porque foram muito importantes na minha formação pessoal. Ainda menina, fui vendedora de doces e quitutes - de uma senhora de Lençóis que havia se mudado para Palmeiras. Ela fazia um acarajé muito bom!Lembro-me que ela me pagava certa comissão para eu sair com a bandeja de acarajé nos braços pelas ruas da cidade. Não era nada divertido... Às vezes era até aterrorizante, quando algum engraçadinho cismava de comer e não pagar. Que jeito? Eu precisava de dinheiro para comprar materiais escolares! Então eram assim, as minhas funções: ora vendedora de produtos através de catálogos, ora vendedora de doces e quitutes, ora monitora de reforço escolar infantil... fui até babá por alguns dias, só que não gostei muito, bom mesmo era ser mais livre, conquistar uma certa autonomia. Mas, o melhor mesmo era ganhar o pão com honestidade. Já adolescente, fui desenhista numa fábrica de cintos e bolsas, em São Paulo. Fui costureira, artesã, crocheteira, monitora e supervisora de Programas Federais voltados para Educação de Adultos. Concluí o 2º, curso de magistério, fui professora, vice-diretora, supervisora cultural de uma editora, telefonista, auxiliar de biblioteca, agente de arquivo público, operadora de máquina numa indústria têxtil ( em SP), auxiliar de mapeamento do IBGE e instrutora do PETI. Atualmente sou funcionária pública da Justiça na Comarca de Lapão - BA, e estudante de Pedagogia – UNEB em Irecê. De mim, jorra ainda muita energia e - como menina que sou - no incessante desejo de crescer, ainda quero aprender neste vasto e profundo mar de saberes.
Entrevistadoras: Como foi o início de sua carreira como poetisa?
Cleo Xavier: Comecei participando de concursos de poesias em semanas culturais. Como em tudo na vida, enfrentei altos e baixos. Lembro-me que um dia, ao declamar um poema, fui vaiada. Mas, não me importei porque nesse momento eu descobri que meu poema fez chover (risos). Era um concurso de poesias, da Semana Cultural de Seabra (não me lembro ao certo qual foi o ano). Sei que era um ano de tremenda seca. O chão do meu sertão estava feito “beijus”, de verde só restavam alguns cactos que não foram vistos pelo gado faminto. Eu fui uma das últimas candidatas a se apresentar. A praça de eventos toda enfeitada, coberta de palhas secas, estava repleta de gente... e num grito eu apelava: “ Livra-nos Deus desta fome, da seca que nos consome e que abrasa o sertão”... E antes mesmo de concluir a declamação do poema “Apelo”, caiu uma tremenda chuva... Muitos começaram a vaiar e a correr da chuva, pois não havia proteção. Foi um vexame! Esqueci alguns versos, troquei estrofes, mas não saí do palco. Ajoelhei-me realizada pela graciosa surpresa: a dádiva da chuva.
Entrevistadoras: Porque você escreve?
Cleo Xavier: Escrevo por uma necessidade de colocar para fora as minhas emoções. É algo tão importante como comer, dormir, respirar... Ser poeta não vem do nosso desejo de ser... Dizem que somos pelo fato de escrever. Meus poemas têm muita relação com a minha vida. Neles registro sentimentos meus. Mesmo quando falo de problemas que não são meus, eu exponho o meu ponto de vista, chego a sentir a dor dos outros, que passa a ser também minha dor pela comoção e sentimento solidário. Tenho tantos escritos, que não sei quantos livros seriam necessários para publicá-los. Tenho uma certa urgência necessidade de escrever. Porém, editar é uma outra história que envolve outro tipo de investimentos, de tempos, etc. Não me preocupo muito em mostrar a minha produção - nem o lucro que posso ter nos exemplares. Importa-me escrever. Isso basta!
Entrevistadoras: Fale um pouco sobre sua obra
Cleo Xavier: Minha obra é mais voltada para os problemas sociais, discriminação racial com uma boa dose de aceitação própria, protesto, apelos e reflexões. Por conta disso, muitos colégios a têm utilizado com freqüência nas aulas de Literatura. Com ela, ganhei muito prestígio, auto – estima principalmente pelo poema “Negra Brasil”. Toda vez que vou a eventos culturais, alguém pede para eu declamar esse poema. Anos atrás, participei de um Simpósio da poesia na UEFS, onde os participantes foram reitores de Universidades, representantes de movimentos negros de variados países. Fui bastante parabenizada após recitar três poemas. Eu só tinha um exemplar nesse dia, que foi passado de mão em mão e levado para a Europa. Eis o meu pensamento ultrapassando o continente...
Entrevistadoras: Qual a importância de sua obra?
Cleo Xavier: A importância dela vem da repercussão que a própria obra causou: aceitação. O melhor de tudo isso é que a minha mensagem foi passada e houve comunicação. Sinto que o meu pensamento fluiu e aderiu a outros pensamentos porque os sentimentos são semelhantes e a causa comum aos leitores. Meu livro é resultado de um sonho. È como se fosse um filho, pois houve gestação. Foram nove meses exatos de espera e desejo, tem padrinho, madrinha... Seu nascimento foi festejado com muita alegria. Tenho mais de cem poemas sem publicar, mas já são registrados. A obra “Outonal” foi muito aceita pelos leitores. Se assim foi creia que seja bastante agradável. Foi registrada pela biblioteca dos Barris em Salvador. A impressão foi feita pela gráfica, apenas 5000 exemplares.
Entrevistadoras: Quais os seus poemas preferidos?
Cleo Xavier: Costumo dizer que cada pessoa é um poema. Um poema perfeito do criador; e nessa tese eu acredito que ao me compor, o meu poeta Maior deixou sobrando em minhas vastas estrofes alguns versos que eu arrumo-os e os solto no papel, de vez em quando. Na obra desse Grande Autor há dois poemas que receberam alguns detalhes meus: são poemas maravilhosos - os meus preferidos: minhas duas filhas. Mas, literalmente falando, os poemas que mais gosto são: “Negra Brasil” e “Procura-se a paz”.
Entrevistadoras: E sobre o campo sentimental, você gostaria de falar algo?
Cleo Xavier: Tive algumas paixões: umas pedras valiosas, outras “peças de Toyota”, peças de quebra-cabeças que não consegui juntar... Duas dessas, um tanto pedra um tanto peça, compuseram comigo duas obras-primas... (lá vem eu de novo falando dos meus poemas preferidos...)
Entrevistadoras: O que a cidade de Palmeiras representa para você?
Cleo Xavier: No poema “Palmeiras” eu falo da minha relação com a cidade. Derramo o meu carinho, confesso o meu amor a essa cidade que é o meu berço. Amo Palmeiras com amor filial. Tenho orgulho de ter nascido ali. Quando me disto dela, eu me sinto uma órfã. Palmeiras representa o meu ninho, é onde meu barco ancora com segurança.
Obs.: As demais informações sobre a vida de Cleo Xavier utilizadas na produção da pesquisa que não constam aqui encontram-se em forma de depoimentos gravados em mídia de DVD pela própria Cleo.
Poemas de Cleo Xavier
Outonal (2001)
Negra Brasil
Venho do sopro Divino!
Venho do pó...
Do cio da Terra...
É... Eu venho de longe...!
Venho das terras longínquas dos meus ancestrais...
Venho das tribos...
Venho do sangue europeu
Eu venho das senzalas!
Venho das matas virgens, verdejantes!...
Do encanto azulado do Atlântico,
E da imensidão do céu!
E no entanto, sou negra!
Sou filha do sol e da lua,
Irmã das estrelas...
E no entanto, eu, sou negra!
Sim... Eu venho das misturas das raças
Mas não sou mestiça!
Não sou cabocla...
Nem tão pouco sarará
Não sou moreninha...
Nem mulata...
Eu sou negra mesmo!
Negra... Negra... Negra!
Negra, como a noite escura sem luar
... Mas não tão negra - como as garras do racismo!
Zumbi, um pouco de sua história
Da ganância de homens desumanos
Na ambição de acumular riquezas
Surgiu a escravidão da raça negra.
No árduo trabalho rotineiro
Nos cruentos
maus tratos dos senhores
Nasceu, o desejo da liberdade.
E nessa busca incansável
Nas duras batalhas travadas a fio
Zumbi, floriu!
Esse vulto histórico e valente
De imensa bravura decente
Povoou Palmares, fortaleceu quilombos
Defendeu seu povo e os acolheu.
Na luta em busca do seu direito
Tiraram-lhe a cabeça.
O líder negro entre outros tantos
Derrama sua última gota de sangue
No chão brasileiro...
Morreu Zumbi...
Mas não morreu consigo
O desejo de ser livre!
Zumbi, inspirará mais ainda
A luta da raça negra em busca do seu direito.
Em cada palmo de chão
Em cada coração
Ficou um pouco de sua história
Que sangra ainda nas veias
Do mestiço brasileiro!
Palmeiras
O coração da Bahia, és tu
Princesinha encantada
Que brota no seio das lavras
Da Chapada Diamantina.
Vulto dos meus sonhos
Que os colore e adorna
Que banha os pensamentos
Dos filhos que te adoram.
Meus olhos se lubrificam
Cada vez que admiro
A paisagem que encerra
A beleza nordestina
Tu és ao todo um colírio
Dos turistas que a visitam
Perfumando tuas tranças
Para ficar mais bonita.
As tranças que eu relato
São as folhas da Palmeira
Que representam o mesmo
Que o verde da Bandeira.
Deus te fez e a viu crescer
Entre a lenda do Pai Inácio
E fez de berço as lavras
Que enriquecem o Estado.
Palmeiras de mil encantos
Que guarda nos teus recantos
Mil histórias pra contar...
Água doce, rio gostoso
Ar puro, frutos e flores
Clima ameno, boa gente
Que luta incessantemente
Pro progresso ampliar.
Palmeiras, de mil brilhantes
Que reflete nas facetas
O fascínio dos mistérios
Existentes no lugar.
Aroma de colo materno
Sol de imenso brilho eterno
Doçura na água e no ar
Sossego, liberdade, labor
Que inspira no poeta
As mais expressivas idéias
Escondidas no interior.
Que queres mais que te oferte
Depois e todos os versos
Que compus só para ti?
Dizer que te gosto é pouco
És meu torrão, o meu mundo
Meu sentimento profundo
De poeta e amante louca
És o meu lar, meu abrigo
O consolo mais amigo
De ombro estreme e macio
Meu baluarte perfeito
Meu presépio sem defeito
Meu castelo de arminho.
Palmeiras... quer que eu te conte
Um segredo bem baixinho
De coração, eu te amo!
E aqui, faço o meu ninho
Confesso a ti, um sonho meu
Jamais serei filha ingrata
Nunca te direi adeus.
Tu que me viste nascer
E me oferecestes um berço
Quero os meus dias viver
Amamentada ao teu seio
E umbilicalmente ligada
Quero dormir no teu leito.
Poesia Completa: Mário Quintana (2005)
Apontamentos de Histórias Sobrenatural (1976)
O Auto-Retrato
No retrato que me faço
— traço a —
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
— pouco a pouco—
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
um desenho de criança...
corrigido por um louco!
Poesia de Elisa Lucinda
Euteamo e suas estréias (2007)
Constatação
Pareço Cabo-Verdiana
Pareço Antilhana
Pareço Martiniquenha
Pareço Jamaicana
Pareço Brasileira
Pareço Capixaba
Pareço Baiana
Pareço Carioca
Pareço Americana
Pareço Senegalesa
Em toda parte
Pareço
Com o mundo inteiro
De meu povo
Pareço
Sempre o fundo de tudo
A conga, o tambor
É o que nos leva adiante
Pareço todos
Porque pareço semelhante
Poesia do Caderno de Educação do Ilê Aiyê (1996)– Vol.3
Zumbi, o líder negro
Cléber P. dos Santos – 3º ano
(Colégio Duque de Caxias)
Zumbi, guerreiro astuto e valente,
Foi ao encontro do seu povo
Com soberania ardente.
Os negros trabalhavam
De sol a sol, noite e dia
Para brancos, que sem dó
Castigavam-nos e os oprimiam
Mas negros não é tolo não,
Tem alma e também razão.
Queria a liberdade para viver
E com a sua força
Demonstra que é um ser.
Mas o Quilombo dos Palmares foi destruído
Dizem: Zumbi foi ferido a faca,
Sua cabeça decepada, posta em paca
Para alegria dos senhores
E para os negros, uma desgraça.
Todavia, Zumbi da sagacidade
Prefiro acreditar em teu suicídio,
Pois tu és valente
E a prova disso é que,
Lançando-se de um penhasco,
Num vôo de liberdade alcançaste a eternidade.
Ai, Zumbi!
Maior líder negro
Considero imortal
Sua ferida foi fatal.
Deixa-nos com esperança
De um dia a real liberdade alcançar.
Para isso, o ZUMBI vive em nós,
Só precisamos lutar.
Coragem, irmão Zumbi!
Num grito de guerra, reajas
Aos maus tratos e açoites da sociedade.
Prefiras morrer que voltar a escravidão.
Lutas até o fim,
Não te entregas, negro, não!
Concurso de poesias do Ilê Aiyê
Rui Poeta, Miguel Lucena, Irandir Vasconcelos e Rubens Freitas (3º lugar)
O canto Ilê
Meu cantar é minha luta
Minha alma é meu versar
Minha canção conclama a paz
Um mundo de amor entre as nações
Negros, brancos, índios e amarelos
É o revestimento da razão
Meu canto, o renascer da liberdade,
Da saúde e de mais educação
Por que não vivemos este sonho
Ilê Aiyê
Por que não acordar agora
A auto-estima e a cidadania do meu povo
Ilê Ayê
Que rever a cor desta história
Vou seguindo vou sonhando
Pro meu filho acordar
O doutor que seu avô
Dormiu ontem a sonhar
Ilê Aiyê
Vamos lá que vamos cá
Que vamos lá que vamos acordar
Vamos lá que vamos cá
Que vamos lá que vamos a cor dar.
Músicas de Edson Gomes
Zumbi dos Palmares
Compositor desconhecido
Zumbi rei dos palmares
grito de dor,liberdade.
Zumbi rei dos palmares
um lutador, líder de valor.
Você é o nosso precursor,
de lá pra cá,
outro não se viu,
de lá para cá,
ninguém assumiu.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça deliberada.
Sou o Zumbi dos Palmares
é o Zumbi dos Palmares
é o Zumbi dos Palmares
Sou o Zumbi dos Palmares
É o Zumbi dos Palmares
Zumbi até mesmo o sol
Se eles pudessem
a gente vagaria
Zumbi até mesmo a chuva
se eles pudessem
a gente vagaria
não temos como enxugar
e a cada dia mais difícil se alimentar
Não temos onde trabalhar
E a cada dia mais difícil se alimentar.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça
deliberada
Sou o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
Sou o Zumbi dos palmares
É o Zumbi dos palmares
Acesso em: 21/09/2008
História do Brasil
Edson Gomes
História do Brasil
Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Vindo de um certo lugar
Forçado a trabalhar neste imenso país
E era o chicote no ar
E era o chicote a estalar
E era o chicote a cortar
Era o chicote a sangrar
Um, dois, três até hoje dói
Um, dois, três, bateu mais de uma vez
Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está
Do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está
Lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo
O papel menor
O papel menor
O papel menor
Ou o papel pior
Acesso em: 21/09/2008 < http://vagalume.uol.com.br/edson-gomes/historia-do-brasil.html>